domingo, outubro 17, 2004

O prazer de dormir

Já pararam pra questionar a quantidade de horas que uma pessoa precisa dormir? Sete horas por noite? Às vezes oito ou nove? É muito tempo. Se um filme tipo "E o Vento Levou" dura quatro horas, parece interminável. Mas se alguém o acorda depois de apenas quatro horas, você tem a impressão de que não dormiu nada. A gente dorme quase o equivalente a uma jornada inteira de trabalho.

E, no entanto, dormir é um prazer. O que não deixa de ser uma contradição. Afinal, quando ferramos no sono, "desligamos". E não deveríamos sentir mais nada. Mas sentimos, sim. Vamos mergulhando no sono aos poucos. Uma sensação relaxante e gostosa surge em nossa cabeça, como se o peso do cansaço começasse a baixar, até desaparecer. Se sonhamos, pode ser o sonho mais banal do mundo, mas nos transmite uma paz incrível, pois é naquele momento que estamos na fase mais profunda do sono. E nada como acordar no meio da noite, olhar para o relógio e ver que ainda temos mais duas ou três horas para cochilar.

Por outro lado, quantos de nós já tivemos vontade de dormir quando não podíamos? No meio de uma palestra? De uma aula? Ou mesmo de um filme, no cinema? Você começa a fantasiar que a sua cadeira é reclinável ou até mágica e irá se transformar numa cama bem confortável. Se acontece no trabalho, você gostaria de ter um quarto secreto – de preferência a prova de som, para quem ronca – com uma cama escondida para onde você escaparia para tirar uma meia-hora de sono, sem ninguém saber.


O sono é sagrado. Em muitos fins-de-semana aproveito pra dormir quando quiser, o quanto quiser. É bem verdade que às vezes o fuso horário fica desregulado. Mas volta ao normal forçosamente na segunda-feira, em que todos temos que acordar na hora.