quarta-feira, março 23, 2005

Egoísmo burro

Hoje fiz papel de antipático. Eu estava entrando num elevador juntamente com mais duas pessoas. Aí vieram mais duas em seguida. Não gosto de entrar em elevador muito cheio. Sei que não é a regra, mas se ele resolve trancar, fica todo o mundo espremido além do tempo previsto, respirando um ar rarefeito. Alguém aí falou que eu tenho claustrofobia? Obrigado pela novidade. Seja como for, a porta estava se fechando quando se ouviu uma voz feminina gritando o tradicional “segura, segura...” Um dos ocupantes chegou a dizer que não dava pra entrar mais ninguém, mas a teimosa de plantão soltou um “dá, sim” e logo atrás dela veio outra também disposta a aproveitar a viagem. Aí pedi licença à copeira que estava na minha frente e saí, dizendo em alto e bom som que me recusava a ficar em elevador muito cheio. Pra eles deve ter sido um alívio, mas fiquei com fama de intolerante.

Por falta de uma expressão melhor eu chamaria a isso de egoísmo burro. Ou quem sabe burrice egoísta. Ah, pra que esperar, vamos de elevador cheio, mesmo. Não vai acontecer nada. Existem outros casos. Por exemplo: você está dirigindo numa estrada de pista simples e, justamente numa curva ou num aclive, onde a faixa dupla indica que é proibido ultrapassar, aparece um espertinho em velocidade maior do que a permitida querendo passar por você de qualquer jeito. Se surgir um carro na contramão, vão os três. Mas ele não pensa nisso, só está preocupado em ultrapassar esse babaca que ainda observa limite de velocidade.

A chamada “Lei do Gérson”, no fundo, é uma tremenda burrice. Todos saem perdendo.