sábado, junho 11, 2005

Dia dos Namorados

Se você tem alguém, esqueça que o Dia dos Namorados é uma data comercial e comemore. Vocês merecem. Dê um presente bem legal. Saia pra jantar, pra passear de mãos dadas, pra dar um beijo de cinema em público. Inventem um passeio diferente. Façam sua enésima lua-de-mel, mesmo que não sejam casados. Aproveitem, os tempos são outros.

Na verdade, valeria para o Dia dos Namorados o que se diz do Dia das Mães, ou seja, que é todos os dias. Que não devemos reservar uma data só para dar atenção a quem se ama. Mas se existe esse dia, usem como pretexto e namorem bastante. Neste ano caiu num domingo, ainda por cima. Vocês têm tempo para curtir.

Eu quero acreditar que o meu melhor Dia dos Namorados ainda está para acontecer. Mas tenho algumas lembranças legais. Aos 20 e poucos anos eu estava envolvido com uma colega de faculdade – naquele tempo ainda não se dizia "ficar" – mas não sabia o que eu representava para ela. Nosso "caso" tinha começado no Dia das Mães, mas sem compromisso. Saímos mais algumas vezes e, quando chegou o Dia dos Namorados, sem combinar nada, compramos presentes um para o outro. Ali tivemos certeza de que estávamos mesmo namorando. Depois acabou não dando certo, mas as boas recordações ficaram.

Eu tive uma namorada no ano passado, mas em 12 de junho estava sozinho. Como estou novamente neste ano. Meu último Dia dos Namorados em boa companhia foi em 2003. Almoçamos juntos no Atelier das Massas, depois nos reencontramos ao final da tarde para fazer um lanche no Mercado Público. É, nesse dia, ficou só nisso. Mas foi legal.

Mesmo estando sozinho, eu procuro ficar bem no Dia dos Namorados. Fico curtindo o que vejo ao meu redor. Lembro de um Dia dos Namorados que caiu num sábado e só o que se via pela manhã eram homens carregando buquês de flores. Casais almoçando ou jantando juntos. Peças publicitárias bonitas e criativas. Um clima de romantismo no ar. Algumas vezes eu dei a entender que as mulheres preferem os cafajestes, mas justiça seja feita: conheço várias que acharam homens que as valorizam (um para cada uma) e que sabem retribuir a atenção que recebem. Talvez ainda haja esperança para o amor.

Eu fico aqui, feliz de estar me recuperando bem da asma e podendo dar atenção para o meu filho, com quem dei uma boa caminhada no sábado. Mas também penso nas namoradas que tive, que não foram tantas, mas que marcaram bastante. Hoje eu já sei que é possível esquecer uma paixão fulminante, basta a gente aceitar que não tem volta. Mas no começo é complicado. O dia de hoje faz os solitários se sentirem ainda mais sozinhos e, se ainda curtem uma saudade, pensam no que foi e no que poderia ter sido. Onde estará ela agora? Estará sozinha, também? Será que pensa em mim de vez em quando?


Aos que estão sozinhos, um recado contraditório: vocês não estão sozinhos (tem mais gente na mesma situação). Aos que estão bem acompanhados, desejo simplesmente um feliz Dia dos Namorados. Valorizem os companheiros que conquistaram. E aproveitem bastante o dia de vocês!