quinta-feira, junho 21, 2007

Ainda o jogo

Não que sirva de consolo para os gremistas, mas precisar de uma vitória, digamos, "qualificada" numa final quase sempre resulta em desastre. A pressão psicológica é muito grande, o time se abre e a tranqüilidade do adversário acaba se impondo. Lembro de dois casos. No primeiro, o favorecido foi justamente o Grêmio. Na final do Brasileirão de 1981, o tricolor gaúcho havia vencido o São Paulo por 2x1 na primeira partida no Olímpico. O time paulista precisava vencer por diferença de dois gols no Morumbi para ser campeão. A torcida local estava confiante. Resultado: vitória do Grêmio por 1x0.

Já no outro caso, quem se deu mal foi o Inter. Em 1988, perdeu de 2x1 para o Bahia na primeira partida, em Salvador. Não recordo da fórmula do Campeonato, mas lembro bem que uma vitória do Inter no segundo jogo levaria a uma prorrogação. Mas nós, colorados, parecíamos tão certos disso que um jornal da RBS TV chegou a anunciar a matéria para depois dos comerciais com uma frase mais ou menos assim: "Serão 120 minutos de pura emoção!" Ou seja, nem se cogitava a hipótese de não haver prorrogação. Pois não houve. O jogo terminou em 90 minutos com placar 0x0 e o Bahia sagrou-se campeão em pleno Beira-Rio.

Só lamento não ter anotado a placa de um carro que vi passar na Rua Jerônimo de Ornellas na noite de 6 de agosto de 1980. Eu e alguns amigos estávamos em um dos barzinhos do local, acho que o Arcabuz, quando o automóvel passou coberto numa enorme bandeira do Grêmio, buzinando sem parar. Eu deveria ter investigado o nome do motorista. Ele estava festejando a derrota do Inter para o Nacional de Montevidéu na final da Libertadores. Quem quer que tenha sido, tomara que esteja sofrendo bastante agora. Esse merece.