sábado, junho 16, 2007

Esperança gremista

Nessa semana que passou o boy que trabalha em meu setor estava comentando sobre a final da Libertadores. Em princípio, ele disse que concordava que seria muito difícil o time dele, o Grêmio, vencer o Boca por uma diferença de três gols ou mais. Mas deixou escapar: "Mas se ganhar..." E fez uma expressão de expectativa, como quem guarda uma carta na manga. Uma carta, não: um baralho inteiro. Um arsenal de fogos de artifício pronto para ser detonado nos ouvidos dos colorados que agora riem da agonia gremista.

Eu sei a raiva que causa a tal "flauta antecipada". Dá uma gana incrível de frustrar as previsões de quem canta vitória antes do tempo. E é isto que os gremistas estão sentindo agora. Para consumo externo, dizem saber que o time não tem chances. Que a Libertadores já está perdida. Mas todos, sem exceção, guardam uma esperança secreta. E em cima dela, já construíram seu sonho completo do princípio ao fim. Já imaginaram todos os detalhes da vitória heróica. Uns devem prever que o Grêmio vai vencer por 3 a 0 e levar a partida para a prorrogação. Depois, os pênaltis. No último tiro, o goleiro vai salvar o título. Outros acham que será 4 a 0 mesmo, de forma arrasadora. Talvez mais. A glória gremista já está devidamente ensaiada na cabeça de cada torcedor.

Mas nada causa mais ansiedade na torcida tricolor do que o que vão fazer depois da conquista. O que vão dizer a cada colorado que debochou deles na semana anterior. Esse discurso, sim, já está bem decoradinho. Bem como a roupa que irão usar, os e-mails que vão enviar, as bandeiras que levarão para o trabalho, enfim, todo o ritual da doce vingança. Não, os gremistas não desistiram. Não nos iludamos. Não só eles têm esperança, como já planejaram todos os detalhes da celebração. Assim como o boy, muitos devem estar resmungando pelos cantos, bem baixinho: "Eles vão ver..."


Vai ser uma partida bonita.