domingo, setembro 30, 2007

Túnel do Tempo

O que dá mais saudade neste anúncio publicado numa Zero Hora de maio de 1974: os modelos de "minicassete" ou as lojas de Porto Alegre que os vendiam? (Veja o anúncio bem ampliado clicando aqui.)

sábado, setembro 29, 2007

Outro blog com "googladas incautas"

Acabei de descobrir mais um blog que se diverte com o que eu chamo aqui de "googladas incautas". É o Championship Vinyl, que de vez em quanto publica um tópico com o título: "Diga-me o que procuras... e te direi quem és". Acho que todos os internautas mais ou menos informados sobre o funcionamento de uma ferramenta de busca têm um baque quando descobrem o que a turma anda digitando por aí. De que adianta a Zero Hora publicar uma página de dicas do Google, como fez na semana passada na capa do caderno de informática, se as pessoas em geral não entendem a essência da pesquisa? As "googladas incautas", ou que outro nome se queira dar a esses argumentos de busca totalmente estapafúrdios, seriam um ótimo tema para uma matéria. Aposto como existem vários outros blogs tratando do assunto. Eu é que ainda não os descobri.

Vocês podem clicar nos links que forneci acima, mas o trecho abaixo eu fiz questão de copiar, pois disse o que eu sempre digo por aqui, só que de forma muito mais divertida:

"Quero saber onde vai passar o filme O Segredo dos Animais por volta das 5:30"

Cara, o Google não funciona assim. Ele é um mecanismo de busca, não um oráculo. Não adianta perguntar as coisas para ele. Ou você realmente achou que a frase “Na Globo, corre que está começando!” iria aparecer na tela, em letras garrafais?

Pior é que muita gente, muita gente mesmo, espera que o Google dê respostas como essa! Aguardem, talvez na segunda-feira eu já publique as "googladas incautas" de setembro!

sexta-feira, setembro 28, 2007

Mistérios da ficção

Hoje o Brasil parou para assistir ao último capítulo de "Paraíso Tropical". Especificamente, todos queriam saber quem matou Taís. Existe um aspecto a respeito de mistérios como esse que, de certa forma, me decepciona. É algo que eu já questionava em minha adolescência, mas em relação aos gibis. Desde que a Marvel rompeu com o formato tradicional dos enredos fechados, as histórias em quadrinhos se transformaram em longas e intermináveis novelas. Cada herói tem sua cronologia, com princípio e meio, mas sem fim.

E assim, em minha infância, eu acompanhei as aventuras do Homem-Aranha contra um inimigo mascarado cuja identidade era desconhecida: o Duende Verde. Quem seria ele? J.J. Jameson? Frederick Foswell? Depois de vários meses, seu nome foi finalmente revelado, numa história antológica. Mas, para mim, uma dúvida persistia. Será que o autor, Stan Lee, já havia planejado desde o começo a verdadeira identidade do vilão? Ou foi uma decisão de última hora? Tive a resposta em minhas leituras de fanzines e livros sobre quadrinhos. Não só a identidade do Duende foi decidida em cima do laço, como motivou uma discussão com o desenhista Steve Dikto. O artista queria que o Duende fosse alguém totalmente desconhecido. Stan Lee achava que isso seria uma traição ao leitor. O resultado é que Dikto, que criou o visual do Aranha, foi substituído por John Romita.

Existe realmente suspense num mistério que nem o próprio autor sabe como vai se desvendar? A telenovela brasileira já teve antológicos "quem matou": o Velho Max, Michel Fragonar, Salomão Hayala, Odete Roitman... Houve até um caso em que o assassinato ocorreu na última semana e a novela terminou sem que o autor fosse revelado. Como havia muitas apostas em jogo, Janete Clair apareceu no Fantástico para dar o nome do matador e do mandante. Além disso, as atores estavam sendo incessantemente questionados pelo público, que por certo imaginava que o braço que segurou a arma na cena do crime pertencia ao ator que vivia o papel do assassino. Agora fico desconfiado se todos esses não foram também decisões adiadas até o último instante. Os telespectadores ficavam imaginando "quem teria sido", mas isso iria depender da inspiração do autor na reta final.

Lembro que, no primeiro capítulo da novela "O Salvador da Pátria", a Professora Clotilde (Maitê Proença) insinuava a Paulo (Marcos Paulo) que havia em seu passado um fato horrível que ela preferia esquecer. E assim esse mistério se arrastou por bons três quartos da trama, até que finalmente se soube que Clotilde havia provocado a morte do filho ao errar a dose de um medicamento num momento de embriaguez. Ah, então o "segredo terrível" era apenas isso? Sim, foi o melhor que o autor conseguiu pensar depois de tanto tempo. Não vai muito longe: eu próprio, se quisesse, poderia anunciar "uma grande surpresa, breve, aqui no blog". E só depois inventar alguma coisa.

Eu quero acreditar que, pelo menos nos livros, o final é cuidadosamente planejado com antecedência. Ou talvez não. Como saber? É tudo faz-de-conta, o autor pode incriminar quem ele bem entender, dar as mais absurdas guinadas, criar os motivos mais implausíveis para que o assassino seja quem você menos espera. Ou mesmo alguém que ele próprio não planejava escolher. Mas, para os telespectadores, fica aquela ilusão de que "o tempo todo" o criminoso esteve diante de seus olhos e eles nem desconfiavam.

Depois de tudo isso, devo admitir que o final de "Paraíso Tropical" foi coerente e bem bolado. Acho que não foi resolvido de última hora. Parabéns aos autores.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Não pode ser!

Por favor, digam-me que esta foto publicada na Zero Hora de hoje é uma ilusão de ótica! Um erro gráfico! Publicaram em negativo em vez de positivo! Retocaram com Photoshop! Não pode ser! Será mesmo que o novo painel do Estádio Beira-Rio traz o símbolo do Internacional em azul? A cor do inimigo? Sei de colorados que implicam até com aquele trecho do hino do clube que diz "teus astros cintilam num céu sempre azul". E agora colocam o símbolo do nosso time na cor do adversário? Digam-me que tudo não passa de um equívoco!

quarta-feira, setembro 26, 2007

Nova música de Kleiton e Kledir

Finalmente a dupla Kleiton e Kledir homenageia sua cidade, "Pelotas", numa bela composição acústica que lembra Simon e Garfunkel. A primeira apresentação foi no dia 23, no Teatro Guarany, lá mesmo, em Pelotas. Dois internautas gravaram a interpretação e a postaram no YouTube. "Pelotas, minha cidade / Lugar onde eu nasci / Ando nos braços do mundo / Mas sempre volto pra ti." E o público, com toda a razão, se emociona. Um bonito momento registrado em dois ângulos diferentes. Confira:



terça-feira, setembro 25, 2007

Papos diversos

Deixa eu ver se entendi: em 2005 foram descobertas falcatruas no Campeonato Brasileiro e vários jogos foram anulados. As partidas em questão foram disputadas novamente. Agora revela-se que, em um dos jogos ocorridos em substituição, houve novo cambalacho. É isso? Se for, sinto muito: sou colorado, mas não vejo como tentar "limpar" retroativamente tanta sujeira para então dar o título ao Inter. O campeonato daquele ano já está irreversivelmente maculado. Agora, é claro que o Inter deve lutar por seus direitos e buscar reparação dos danos. Mas o título está perdido.
- * -
O proprietário do Yogurte Caseiro Gaúcho, João Luiz Michalski, leu este texto do blog e me enviou um e-mail bastante simpático, agradecendo a citação. Disse também que o jingle que rodava nos anos 70 e 80, que lembrei em meu comentário, foi composto por Hique Gomez, o "Kraunus Sang" do show "Tangos e Tragédias". Deve ter sido na época em que fazia parte da dupla "Luiz Henrique e Sá Brito" no show "Cantarolar". Em 1982 ele cantava sozinho na noite. "Seduzir", de Djavan, fazia parte do seu repertório.
- * -
Desta vez não é alarme falso: Lucio Haeser entregou mesmo o texto pronto de seu livro sobre a Rádio Continental de Porto Alegre dos anos 70, freqüência 1120 AM, para a editora revisar. A notícia ruim é que os exemplares não ficarão prontos a tempo para lançamento na Feira do Livro. É mesmo um desperdício, já que o livro de Lucio era forte candidato ao posto de mais vendido, nem que fosse na categoria não-ficção. Mas assim ele ganhou mais tempo para preparar o CD que acompanha a edição. Será um belo presente de Natal. O nome mudou de novo: agora passou a ser "Continental: a Rádio Rebelde de Roberto Marinho". Não houve qualquer tipo de censura por parte da editora ou de quem quer que seja: simplesmente Lucio achou que o adjetivo "subversiva" estava muito pesado. Em outubro será lançado o site promocional do livro, com endereço ainda a confirmar (o nome de domínio anterior, "naportoalegre", provavelmente será alterado).
- * -
E por falar em livro, outro que também prepara sua obra é o músico Rogério Ratner. Ele vai enfocar a música de Porto Alegre dos anos 60 e 70 e já vem pesquisando o tema há vários meses. Anteontem ele enviou um texto de cerca de 30 páginas a e-mails selecionados com o título de "O Tropicalismo Gaúcho". Parece ser um trabalho com amplo embasamento teórico, quase uma tese. Quem quiser receber uma cópia, escreva para ele no e-mail ratner@trt4.gov.br. Ele apenas avisa: "A publicação fica já autorizada, desde que creditada ao autor." Ele agradece também a quem apontar correções, lembrando sempre que o objetivo dele é homenagear os colegas músicos.
P.S.: O texto do Rogério pode ser lido na íntegra aqui.

segunda-feira, setembro 24, 2007

A "profecia" no blog do Sant'ana

Paulo Sant'ana postou o "vídeo da profecia" no blog dele, recentemente criado como parte do novo site on-line da Zero Hora. Bendita a hora em que pedi para o colega que digitalizou o vídeo para que "carimbasse" o endereço do meu blog por cima. Do contrário, seria praticamente impossível provar que fui eu que descobri e divulguei aquela relíquia. Como eu ainda não tinha experiência com YouTube, disponibilizei o arquivo de vídeo no Rapidshare. O resultado é que vários internautas o baixaram e postaram no YouTube. Além disso, na primeira vez que o postei, ele saiu truncado. Podem conferir: existe uma versão do vídeo em que não aparece Maria do Carmo ao final falando nas "cabeçadas" enquanto mexe a cabeça. Essa, inclusive, recebeu mais visitas do que a edição que consta na minha página. Fiquei sabendo que nem a RBS TV tem mais essa imagem. Se não fosse a minha iniciativa, ninguém teria tomado conhecimento dessa incrível coincidência. Mas é muito raro alguém me dar crédito. Menos mal que o endereço do blog aparece sempre que alguém divulga a gravação.

Caso não saibam do que estou falando, cliquem aqui.

Família de policiais

O Chefe O'Hara da série Batman, de 1966, todos conhecem. O personagem não existia nos gibis e foi criado especialmente para a TV, vivido pelo ator Stafford Repp. Mas você sabia que o Coronel Cintra, das histórias do Mickey, também se chama "Chief O'Hara" no original? Desde que descobri isso, fiquei curioso para saber se "O'Hara" não seria talvez um título em vez de sobrenome. Toda a delegacia de polícia teria o seu "Chefe O'Hara" de plantão. Eu já tinha até esquecido de fazer essa pesquisa quando apareceu um "Officer O'Hara" numa história da Luluzinha em inglês (Little Lulu). Tudo parecia confirmar minha hipótese. Mas aparentemente é apenas um sobrenome, mesmo. Deve ser um nome que lembra policial, assim como "Jarbas" é mordomo. Ou talvez a família O'Hara seja tradicional na atividade.

sábado, setembro 22, 2007

Visita ilustre

Há quem pense que os críticos são músicos frustrados. Eu sei que não é verdade porque, na minha adolescência, eu era um crítico frustrado. Enquanto os jovens da minha geração queriam ser como os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Raul Seixas e Rita Lee, eu queria ser como Juarez Fonseca, Nei Gastal, Eduardo San Martin, Tárik de Souza, Okky de Souza, Ezequiel Neves e Ana Maria Bahiana. Talvez a palavra "crítico" esteja desgastada, mas enfim, eu queria escrever sobre música. Atraía-me muito mais a possibilidade de comentar todo o universo da música do que criar eu próprio alguma coisa, até porque nunca me vi como artista. No máximo, como letrista. Os músicos eram os chefs. Eu queria ser o gourmet. Mas acho que, em meu ecletismo, estou mais para um glutão.

Seja como for, eu lia muito o Juarez Fonseca. Tenho uma vaga lembrança de uma época em que eu comprava a Zero Hora de sábado com o dinheiro da minha mesada só para ler a página dele. Pois ele acaba de visitar o blog e deixar um comentário. Obrigado, Juarez. Não só pela visita, mas por todas aquelas matérias fantásticas que eu acompanhei por mais de 20 anos.

quinta-feira, setembro 20, 2007

O ibope do blog

Este gráfico copiado do Site Meter mostra a evolução do "ibope do blog" nos doze meses anteriores (na verdade o gráfico inclui também o mês atual, mas eu resolvi cortar porque ele ainda não terminou). Observa-se um aumento significativo na vistiação a partir de março, atingindo o pico em agosto. Mas neste mês o número total deve ficar bem mais baixo. A média diária tem-se mantido abaixo de 250. Mal comparando, em agosto, teve um dia em que o total de visitantes chegou a 380. Não sei explicar o que aconteceu.

Na época em que eu instalei o Site Meter, a média diária de visitas ficava em torno de 75. Depois subiu de leve para 90. Em março, lembro de uma semana em que houve um aumento repentino para 160 que me deixou bem entusiasmado. Na verdade a ascensão continuaria até estacionar acima de 250, às vezes chegando a quase 300. A princípio, fiquei orgulhoso, pensei "finalmente fui descoberto, meus textos estão agradando, eu sou o cara", coisa e tal, até que um dia resolvi explorar melhor o Site Meter. Quando descobri que a maioria chega aqui por engano, porque não sabe usar o Google e escreve qualquer coisa, foi uma decepção. Mas pelo menos consegui achar o motivo do súbito ibope: a novela "Paraíso Tropical". Já fazia tempo que eu havia postado uma pequena foto da Alessandra Negrini nua, uma imagem até bem discreta, copiada de outro site. Pois aquela foto era a responsável pela procura repentina que este blog passou a ter. Depois disso houve outros chamarizes, como a turma que queria saber o que significa "link nocivo desativado" e também as "googladas incautas". Não que elas em si dêem ibope: elas apenas atraem mais "googladas incautas". E assim o ibope do blog se mantém.

Não sei como vai ser quando a novela terminar. Talvez seja a reta final ou a morte da Taís (uma Alessandra Negrini a menos) que tenha causado essa diminuição de leve na visitação neste mês de setembro. Vou ter que achar outra foto interessante de alguma atriz de sucesso para manter a freqüência.

Hoje, 20 de setembro, é feriado no Rio Grande do Sul. Aproveitei, entre outras coisas, para dormir.

terça-feira, setembro 18, 2007

Rapidinha quickie

Existe uma história da qual muita gente já ouviu falar, embora se desconheçam os detalhes. Talvez seja lenda urbana. Seja como for, dizem que um locutor foi pronunciar o nome das Andrews Sisters, mas se atrapalhou e acabou anunciando as "Irmãs Sisters". E assim essa piada acabou inspirando um grupo de blues aqui de Porto Alegre, que se intitulou os Irmãos Brothers. Só que agora não é piada, é verdade: tem supermercado aí vendendo "bolo cake". Vejam a prova: Depois dessa eu vou tomar um banho shower, encostar a cabeça head no travesseiro pillow e dar uma boa dormida sleep. A todos uma boa noite night.

Sucesso no Orkut

Minha sugestão de texto já foi adotada por mais de 100 pessoas no Orkut. Confiram aqui.

Também meu texto sobre as geminianas, que escrevi despretensiosamente, foi copiado algumas vezes. Vejam aqui.

sábado, setembro 15, 2007

A ficção se repete

A situação que se configurou em "Paraíso Tropical", em que Fernanda (Juliana Didone) se confessa apaixonada por seu irmão de criação Fred (Paulo Vilhena), já foi explorada de forma diversa em outra novela há muitos anos, mais precisamente em 1975. Em "Bravo", Fabiana (Neuza Amaral), irmã do maestro Clóvis di Lorenzo (Carlos Alberto), era a vilã que vivia infernizando Cristina (Aracy Balabanian), namorada e depois segunda esposa de Clóvis. No decorrer da novela, fica-se sabendo que a primeira mulher do maestro, Branca (vivida num flashback pela mesma atriz que fazia o papel da filha Lia - Beth Mendes, nessa cena específica envelhecida por maquiagem), sofreu pressão idêntica e acabou se matando. Na última semana antes do final, Fabiana descobre que não é filha legítima dos pais de Clóvis. Numa cena em que aparece sozinha, ela murmura: "Toda uma vida estragada... por uma mentira." Quando volta a encontrar Clóvis, ela revela o que já estava claro para os mais observadores: ela era apaixonada por ele. "Nós fomos feitos um para o outro, por isso seus outros relacionamentos não deram certo, com Branca, com Cristina..." Ela tenta beijá-lo, mas ele a rechaça, dizendo que sempre a enxergou como irmã.

Esse desfecho com certeza já estava arquitetado pela autora original da novela, Janete Clair. No entanto, na metade da trama, Janete abandonou "Bravo" para escrever "Pecado Capital". Seu objetivo era preencher o horário que deveria ter sido ocupado pela versão original de "Roque Santeiro", de Dias Gomes, proibida no dia marcado para a estréia. "O horário das oito não vai sair daqui de casa", ela teria dito para Gomes, seu marido. Só que, com a saída de Janete, quem continou escrevendo "Bravo" foi Gilberto Braga, o mesmo autor de "Paraíso Tropical". A idéia foi reaproveitada.

Elogio

Não é de bom tom fazer propaganda de graça, ainda mais num espaço que, em tese, poderia ser usado para venda de publicidade. Mas como um ávido consumidor de livros, que muito sofreu na mão de livrarias "importadoras" que depois diziam "não tinha em São Paulo", sinto-me quase na obrigação de elogiar a Livraria Cultura e desejar que tenha vida longa em Porto Alegre. Ela é tão grande, tão absurdamente farta e diversificada, inclusive em CDs e DVDs, que a vontade que dá é de responder, da próxima vez que alguém me perguntar:

- Para onde você vai nas férias?
- Para a Livraria Cultura.
- Você não entendeu: eu perguntei para onde você vai nas férias!
- Então! Para a Livraria Cultura. Vou passar uma semana examinando o acervo deles e gastar todo o meu abono de férias em livros.


Não que não haja outras boas livrarias em Porto Alegre. Os sebos são todos ótimos. A Saraiva e a Siciliano também merecem menções honrosas. E hoje, com a Internet, consegue-se praticamente tudo em sites como Estante Virtual (brasileiro) e Abebooks (internacional). Mas o livro encontrado na hora ainda tem um gostinho especial. Em matéria de estoque e pronta entrega, especialmente de livros importados, a Cultura é imbatível. Pena que eu more tão longe dela. Ou, pen$ando melhor, ainda bem.

Teimosia

Hoje estava examinando no Site Meter os argumentos de busca que trouxeram visitantes a este blog, para garimpar "googladas incautas", quando encontrei um endereço de mural (scrapbook) do Orkut. Fui lá ver e achei três "falsos Quintanas" postados pelo próprio dono do perfil. Mas não havia nenhum link para cá. Provavelmente alguém postou, para que ele lesse este texto e se informasse melhor. Mas ele apagou o link e manteve os apócrifos. Aí, verifiquei a data de nascimento dele e entendi tudo: é capricorniano. Com capricorniano, não adianta argumentar. Como eu já disse aqui uma vez, os capricornianos preferem cair no precipício a admitir que estão indo pelo caminho errado. E suas últimas palavras ainda serão: "Eu não falei que era por aqui?" O simples fato de você querer provar que eles estão errados já é visto como uma ofensa. Não dar o braço a torcer vira uma questão de honra.

Em todo o caso, postei eu próprio um alerta no scrap do capricorniano teimoso. Vamos ver o que acontece.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Viagem no tempo

Hoje voltei ao Museu de Comunicação, mas não para fazer pesquisas para algum trabalho e sim para tentar reencontrar jornais que li em minha adolescência. Especificamente, eu procurava uma matéria de duas páginas que a Zero Hora publicou sobre David Bowie no verão de 1974. Eu era um fã recém convertido, tinha ouvido pela primeira vez o LP "Aladdin Sane" em dezembro de 1973, e a reportagem me marcou muito. Infelizmente, o Museu não tinha o jornal específico. O acervo tem algumas lacunas. Como "prêmio de consolação", consegui a chamada para a matéria do dia seguinte, que ao menos serviu para confirmar a data de publicação:

Essa nota saiu na Zero Hora de sábado, 26 de janeiro de 1974. Se um dia eu fizer uma visita ao arquivo da Zero Hora, já sei que tenho que pedir a do dia 27.

Mas a "viagem no tempo" foi bem interessante, mesmo assim. Senti-me novamente no meu quarto, no balneário de Atlântida, lendo o jornal. Lembro que este comentário de Juarez Fonseca sobre o disco "Ummagumma" do Pink Floyd, da Zero Hora de 14 de janeiro de 1974, me deixou bem atiçado:

Praticamente na mesma época em que descobri David Bowie, talvez um ou dois meses antes, ouvi também o "Dark Side of The Moon", do Pink Floyd. Aliás, o final de 73 foi um momento de transição para mim como ouvinte de música. Foi quando minha cabeça se abriu para o rock e meu gosto musical nunca mais foi o mesmo. Eu estava ansioso para conhecer mais sobre o Pink Floyd e a crítica altamente elogiosa sobre "Ummagumma" me deixou vários dias sonhando com o disco. Infelizmente o Museu não tem a Zero Hora do dia seguinte, em que Juarez comentou o LP de estúdio. O mais irônico é que esse veio a ser o último disco do Pink Floyd que comprei, diretamente em CD, há cerca de dois anos.

Outra memória. Sempre que eu enxergava esta capa do álbum "Forever Changes", do grupo Love, eu lembrava de uma crítica que tinha lido sobre um "fraco disco de estréia". Mas não podia ser esse, que saiu em 1967 e é considerado um clássico. O comentário que eu li tinha sido publicado nos anos 70. Pois matei a charada. Aqui está o texto que ficou na minha lembrança, publicado em 16 de janeiro de 1974:

Pensando bem, a capa não é tão parecida assim. E, pelo que Juarez descreve, ela é azul. Mas foi impressa no jornal em preto e branco. E eu lembrava também que o grupo tinha um nome curto, simples e óbvio, que mais cedo ou mais tarde alguém haveria de usar. Não era Love, era Blue.

Ainda pretendo voltar muitas vezes ao Museu para mais viagens no tempo. O ano de 1974 eu quero repassar por inteiro. Meus 13 anos foram memoráveis.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Mistério

Só hoje fui me dar conta: por que, antes de a novela começar, aparece uma intérprete de linguagem de sinais (LIBRAS) indicando que "este programa não é recomendado para menores de 14 anos" se a mensagem está escrita na tela?

P.S: Acabo de ser informado que são muito comuns os surdos não alfabetizados, mas que se comunicam por LIBRAS. Isso explica por que alguns partidos políticos colocam intérpretes em seus horários de propaganda, quando seria bem mais simples inserir legendas. Mesmo assim, achei estranho, pois o recurso que a televisão e o vídeo vêm oferecendo aos surdos são as closed captions (legendas codificadas). Quem consegue lê-las, não precisa de LIBRAS na tela da TV.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Premonição

Ontem o jamaicano Asawa Powell quebrou seu próprio recorde nos 100 metros rasos. A marca anterior era 9,77 segundos e agora é 9,74. Leiam aqui o que eu escrevi no dia 25 de julho e vejam se foi ou não uma premonição.

domingo, setembro 09, 2007

Feriadão

Pelo visto, o blog também fez feriadão. Mas eu não viajei. Estou aqui, em Porto Alegre, descansando e curtindo e curtindo o meu filho. Sim, é possível fazer as duas coisas e até outras.

Pensei em escrever um texto em homenagem a Luciano Pavarotti, mas a verdade é que nunca fui fã dele ou do estilo dele. Mesmo assim, quando ele veio a Porto Alegre em 1998 para uma apresentação exclusiva ao lado de Roberto Carlos, eu estava lá, cobrindo o show para o International Magazine. Assisti à entrevista coletiva, também. Pavarotti falava uma mistura de italiano, inglês e espanhol. Um dos jornalistas perguntou em italiano quanto o tenor iria receber pela apresentação. A princípio, respondeu que era para fins beneficentes. Depois, segundo foi publicado na Zero Hora do dia seguinte, ele teria dito: "Estamos falando de show business. Isso não é pergunta que se faça." Na hora, foi o que eu entendi, também. Mas depois, escutando novamente na fita, decifrei melhor. O que ele realmente falou foi: "no es su business", uma versão espanholada da expressão inglesa "it's none of your business", ou seja: não é da sua conta. Na coletiva não chegou a acontecer, mas em outras oportunidades, todos os brasileiros que o chamaram de "Pavarótchi" tiveram a pronúncia corrigida. Estranhamente, ele não se importava que o chamassem de "Lussiano", embora o correto fosse "Lutchano". Ele e Roberto Carlos fizeram uma bela interpretação da "Ave Maria" de Schubert, mas com exceção da Isto É e do International Magazine, todos os demais veículos informaram como sendo a de Gounod, inclusive a Globo nos créditos do especial que mostrou logo depois. As duas fotos acima foram tiradas por mim, mas estão com Marcelo Fróes, editor do IM e do Portal da Jovem Guarda. Oportunamente ele deve postar todas no Portal.

Terminei de ler o livro "John", de Cynthia Lennon. A primeira esposa de John Lennon tenta desfazer a imagem de "mulher desprezada" que se perpetuou nos anais da cultura Beatle. Ela fala do carinho com que John a tratava durante o namoro e os primeiros anos de casamento. Sim, o matrimônio foi precipitado por uma gravidez. Mas ela desmente a versão de que, sem a chegada inesperada de Julian, John nunca a teria desposado. Isso realmente é estranho, pois foi ela própria quem fez essa afirmação para Hunter Davies, que a publicou na biografia oficial lançada no Brasil com o título de "A Vida dos Beatles", em 1968. Em uma das reedições, Davies afirma que a declaração de Cynthia quase chegou a ser cortada da edição final, mas acabou entrando. Enfim, Cynthia tenta mostrar o lado romântico e atencioso de John e atribui sua mudança de comportamento às drogas. Foi a partir do momento em que começou a usar LSD que o guitarrista dos Beatles "saiu do ar" e passou a ignorá-la. Ela até mesmo tentou aderir ao ácido lisérgico para aproximar-se do marido, mas não conseguiu. Cynthia era uma menina conservadora e bem comportada da cidade de Hoylake, a oeste de Liverpool, e a única "esposa de Beatle" a ascender a essa condição antes de o grupo chegar à fama. Quando o círculo de amizades de John passou a incluir mulheres bonitas e famosas, ela sentiu-se insegura e fez plástica no nariz. Mas era tarde: John já estava envolvido com Yoko. Este é o segundo livro publicado por Cynthia (o primeiro chamou-se "A Twist of Lennon") e é o mais sincero e profundo dos dois. Ela fala também do relacionamento entre John e Julian e como todos lidaram com a morte estúpida de John em dezembro de 1980 em frente ao edifício Dakota.

Terminei um livro e já peguei outro: "The Beautiful Team - In Search of Pelé and The 1970 Brazilians", do inglês Garry Jenkins. Desde a infância ele é fã da Seleção Brasileira de 1970, que ganhou a Copa do Mundo no México. Ele veio ao Brasil no final dos anos 90 com o objetivo de entrevistar os dez craques sobreviventes do time titular, já que o nosso querido Everaldo faleceu num acidente em 1974. Jairzinho pediu dinheiro para dar um depoimento ("afinal, é um assunto profissional") e foi substituído por Paulo César Caju. Brito nunca estava em casa, sempre tinha "ido pescar", segundo sua esposa, o que levou o autor a concluir, ironicamente, que ele tinha ido caçar a baleia Moby Dick. Pelé, como Ministro dos Esportes, concedeu-lhe uma audiência rápida em Brasília. Todos os demais jogadores foram bastante solícitos e lhe deram longas entrevistas. Este livro está sendo útil também para aprender o jargão do futebol em inglês, ao menos da forma utilizada pelo autor.

Por fim, sou contra a mudança da ortografia do português para unificá-la à de Portugal. As palavras serão escritas de forma idêntica, mas aparecerão na tela no Brasil e no écran em Portugal. Os brasileiros seguirão acessando os arquivos enquanto os portugueses continuarão a aceder os ficheiros. O Brasil será sempre um país de garotos e rapazes e Portugal, de putos e gajos. Não há como unificar a cultura dos dois países, então viva a diferença.

Bom final de feriadão a todos!

quarta-feira, setembro 05, 2007

Abto

Depois do "auto de data", achei mais uma pérola recorrente na Internet: gente dizendo que não tem o "abto" de ler. Até apareceu alguém no "Yahoo! Respostas" com a seguinte pergunta: "Eu não entendi... O que quer dizer abto?" E um inspirado respondeu: "Associação Brasileira de Transplante de Órgãos". Assim como o "auto de data" mostra o quanto faz falta um professor, as pessoas que não têm o "abto" de ler são a prova viva de que a leitura é importante.

Caso não tenham entendido (nunca é demais prevenir), não existe "abto". O certo é "hábito".

Achado

Vida de pesquisador tem dessas coisas. Hoje fui ao Museu de Comunicação, mas não achei o que procurava. Em compensação, dei de cara com essa foto do meu pai do tempo em que era presidente do Clube do Comércio de Porto Alegre. É da Zero Hora de 2 de abril de 1973.

A origem do corno

Há alguns meses, um internauta chegou a este blog procurando a origem do termo "corno" para designar homem traído. Comentei que a resposta podia estar em um conto que li certa vez, mas não lembrava o autor. Pois consegui localizar o livro. Na coletânea "Playboy's Ribald Classics", de 1966, o texto aparece com o título de "The Painted Lady" (A Dama Pintada). Na verdade as histórias foram "reescritas no sofisticado estilo Playboy", como está explicado na contracapa, mas os nomes dos autores foram preservados. O escritor em questão é o espanhol Juan Ruiz e o enredo é o que eu já tinha contado em outra oportunidade: o pintor Pitas Payas vai sair em viagem. Para assegurar-se de que sua esposa não o trairá, desenha um cordeiro logo abaixo do umbigo da mulher. Após longos meses longe do marido, a esposa não resiste e se entrega a outro homem. O cordeiro logo é apagado de sua pele. Mas Pitas Payas deve retornar em breve, então o amante tenta refazer o desenho. Na pressa, acaba pintando um carneiro adulto, com chifres. Quanto Pitas retorna, reclama da diferença. Ela explica que, como ele ficou muito tempo longe, o cordeiro cresceu. Moral da história: nós, homens, não devemos ficar muito tempo longe de nossas mulheres, ou poderão nascer chifres em nossas cabeças. Acredito ser essa a origem do termo "corno".

O poema original em espanhol pode ser lido aqui.

Raciocínio lógico

O problema não é ter insônia agora. O problema é ter sono depois.

terça-feira, setembro 04, 2007

Mais um "colega"

Já faz algum tempo que comentei aqui sobre dois blogueiros de Portugal que também se divertiam publicando "googladas incautas", embora não com o mesmo nome. Eram as "googladas insanas" ou "googladas que vieram cá dar". Inclusive, eles começaram antes de mim. Mas não copiei a idéia deles. Esse é o tipo do assunto óbvio que qualquer blogueiro com um mínimo conhecimento de Google vai acabar abordando. Pois acabo de descobrir "As alegrias que o Google me dá" no blog do Rafael Galvão. Não sei se ele começou antes ou depois de mim, mas não importa. O que eu acho é que mais cedo ou mais tarde um desses cadernos de informática de nossos principais jornais deveria publicar uma matéria sobre esse assunto. Para mim, foi uma surpresa descobrir que a maioria não sabe usar o Google. Aí passei a entender por que às vezes alguém aparecia num grupo de discussão pedindo uma informação que eu pesquisava e achava rapidinho. Eu pensava que fosse preguiça, mas não, era desconhecimento, mesmo. Talvez o Alta Vista tenha parte de culpa nisso, pois em sua fase áurea ele sugeria: "Faça uma pergunta." Era uma forma de induzir os menos experientes a digitar as palavras-chave. Só que com isso eles passaram a achar que podiam pedir o que quisessem, que a ferramenta de busca traria de bandeja. Bem, não deixem de visitar as "googladas" do blog do Rafael Galvão. Se vocês acham que eu pego pesado às vezes, não viram nada ainda. Eu costumo deixar de fora algumas pesquisas mais ousadas, mas ele publica de tudo.

domingo, setembro 02, 2007

Exagero

O Globo Repórter de sexta-feira teve como tema os animais abandonados. Sinceramente, achei exagerado o sensacionalismo que o programa fez em cima do "flagrante" da ursa agredindo seu domador através da grade. O enfoque que a matéria deu foi de que a atitude do animal teria sido um indício de que estaria sendo maltratado. Só faltaram dizer que o bicho aproveitou a presença da câmera para fazer uma denúncia! Na verdade, achei bem plausível a explicação do domador: "Ela achou que estávamos brigando." Talvez não exatamente isso, mas é normal um animal ficar nervoso quando vê uma pessoa estranha se aproximando de seu dono ou responsável. Mas a imagem foi mostrada diversas vezes nas chamadas do programa, com ênfase. Achei que não era para tanto.

Desafio

De vez em quando alguém chega aqui no blog pesquisando "cena marcante gravada numa locação real em Nova York". Hoje o argumento de pesquisa foi um pouco mais longo: "cena marcante gravada numa locação real em Nova York, que existe." Achei meio estranho reforçar a pesquisa dizendo que a locação real "existe". Se não existisse, não seria real, ora! Mas agora já descobri por quê. É que a NET (provedora de TV por assinaturas) lançou um desafio com várias perguntas para os aficcionados por cinema. E uma delas é: "Cena marcante gravada numa locação real em Nova York, que existe até hoje e pode ser visitada." Aí, claro, se a turma não sabe a resposta, imagina que basta repassar a pergunta ao Sr. Google, tal e qual foi formulada, que ele responderá. Em todo o caso, vou arriscar um palpite: seria a Estátua da Liberdade, que aparece na cena final de "Sabotador", de Alfred Hitchcock?