segunda-feira, dezembro 01, 2008

Encontros

Hoje fiquei em Porto Alegre porque tenho dentista amanhã de manhã. E foi o dia de encontrar as pessoas na rua. Primeiro, foi o Zeca Azevedo em frente a uma loja de CDs da Galeria Chaves. O Zeca é uma amizade recente, mas sendo jornalista e profundo conhecedor de música - além de ter gostos em comum comigo, como soul music dos anos 70 - quase esquecemos da hora conversando. Qualquer hora temos que marcar um bate-papo mais prolongado para discutir cada inflexão vocal do Billy Paul e do Teddy Pendegrass.

Seguindo pela Rua da Praia, dou de cara com a Tanize, amiga de infância e ex-colega do Pio XII. Ela queria saber o nome da música do Herp Albert que tocava na Rádio Itaí nos anos 70. Primeiro eu disse que era "mãe sem acento". Ela anotou "Mae" e quis saber por que o título era em português. Expliquei que era na verdade "mêi" a pronúncia. Ela quase se ofendeu? "Emílio, tá pensando que eu sou ignorante? Então eu não vou conhecer o nome Mae, de Mae West?" Depois dei a dica de outra música da Itaí, "Look For a Star", na gravação de Billy Vaughn. E soletrei "L-O-O-K". Ela me olhou feio de novo. Tanize, procure entender: aqui na Internet eu encontro pessoas que não sabem escrever nem em português! Gente que inventa "auto de data", "nada haver", "menoria" e outras pérolas. Há algum tempo eu escrevi um comentário sobre o fato de que nós, do colégio Pio XII, éramos inteligentes e só hoje eu percebo isso. Mesmo os colegas que tiravam nota baixa eram espertos, só tinham preguiça de estudar. Depois achei que era muita presunção publicá-lo aqui no blog e o transcrevi somente na comunidade do Pio XII do Orkut. Pois meu encontro com a Tanize confirma minha tese. Os piodozenses arrasavam e arrasam. E ela não fala inglês, não, gente!

Infelizmente, ela me deu uma notícia ruim. Faleceu no sábado o nosso amigo e ex-colega João Luiz Bernardi Ferreira. Ele estava morando em Pelotas, onde lecionava no Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas. O João Luiz era um cara divertido e autêntico que não tinha medo de dar sua opinião. No tempo do Pio XII, até não nos acertávamos muito. Eu o achava debochado demais. Mas depois nos aproximamos através de um amigo comum e solidificamos nossa amizade. Podíamos ficar anos sem nos ver, mas quando nos reencontrávamos, dizíamos bobagens e ríamos muito. É uma grande perda para todos.

Por fim, ao sair para o Shopping Praia de Belas, encontrei o Celio Romais, que eu só conhecia do Orkut, mas que já tinha me dito que morava na mesma rua que eu. Bem... quase, né? A essas alturas já não sei se moro aqui ou em São Leopoldo. Amanhã devo estar de volta lá.