quinta-feira, novembro 15, 2012

Kiss no Gigantinho

Olha eu aí ontem no Gigantinho, esperando para ver o Kiss em seu segundo show em Porto Alegre (o primeiro foi em 1999, como já comentei aqui). Não sei se no mundo inteiro é assim, mas os brasileiros, com certeza, têm uma tendência otimista: quando enxergam uma enorme fila, sempre ficam com esperança de não precisar entrar nela. Ainda mais no meu caso, por ter comprado ingresso na pista Vip. Não fui o único: vi várias pessoas se dirigindo para o portão para ver se não poderiam entrar direto. Não dava: havia um "pente fino" na passagem. O mais incrível foi tentar achar o começo da fila (ou fim, dependendo do ponto de vista). Digamos que, se eu soubesse de antemão onde era, poderia ter atalhado. Percorri toda a sua extensão e descrevi uma espiral para dentro do breu que estava o Parque Marinha do Brasil àquela hora. Até que começou o show de abertura da Rosa Tattooada. O "pente fino" deve ter sido desativado, pois aí a fila não mais andou: ela correu. Consegui pegar as duas últimas músicas da banda gaúcha, que foi bem recebida como já tinha sido no ano passado, abrindo para Alice Cooper.
Como houve um certo atraso no começo do show, resolvi descansar sentando em uma escada da entrada. Aí veio um segurança e mandou todos se levantarem. Mas logo os degraus estavam servindo de assento novamente e eu voltei a ocupar um deles. Como era de se esperar, havia vários fãs maquiados como os integrantes do Kiss. Mas só vi um com a máscara do "Catman" (criada pelo baterista Peter Criss e hoje usada por Eric Singer). A predominância era do visual de Gene Simmons, mas avistei também vários com a estrela de Paul Stanley e alguns também com a cara do "Spaceman" (originalmente Ace Frehley, hoje Tommy Thayer). Até a máscara de raposa do saudoso Eric Carr adornava o rosto de um garoto. A figura de um cinquentão de barba grisalha usando camiseta do Kiss deve ter chamado a atenção, pois um jovem veio perguntar minha idade e quis saber um pouco sobre como descobri o grupo e outras bandas preferidas do "meu tempo".

A verdadeira overdose de informações instantâneas que se conseguem via Internet, de certa forma, estraga surpresas. Sem contar o conhecimento que a gente acaba adquirindo de outras fontes como fã e colecionador. Vai daí que, a exemplo do que já tinha acontecido em 1999, o show correspondeu às minhas expectativas, mas não me surpreendeu em quase nada. Uma diferença é que, na apresentação anterior, o logotipo tradicional do Kiss era formado por lâmpadas, uma marca registrada dos shows do grupo praticamente desde o começo da carreira. Já hoje o mesmo efeito é criado no telão, que permite que as quatro letras assumam as mais diversas cores e estilos. Outro detalhe que eu nunca tinha observado (talvez porque os vídeos não mostram) é que, depois do seu número de "soprar fogo", Gene Simmons pega um copo plástico, enche a boca de água e cospe tudo fora três vezes. A mistura que ele usa para o truque deve deixar um gosto horrível.
As músicas foram: "Detroit Rock City", "Shout it Out Loud", "Calling Dr. Love", "Hell or Hallelujah", "Wall of Sound", "Hotter Than Hell", "I Love it Loud", "Outta This World", "Psycho Circus", "War Machine", "Love Gun", "Black Diamond" e, no bis, "Lick it Up", "I Was Made For Loving You" e "Rock and Roll All Nite". Durante a introdução de "Black Diamond", Paul Stanley tocou um trechinho de "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, e fez menção de começar a cantá-la, depois disse algo como "não, vocês querem ouvir uma música do Kiss". Não entrou no repertório nenhuma composição do ex-integrante Ace Frehley. A banda de vez em quando apresenta "Shock Me", "Cold Gin" e até "Parasite", mas desta vez o ex-guitarrista foi totalmente excluído.
Bem, aqui vão mais algumas fotos. Ao final, dois vídeos.




Tommy Thayer cantando "Outta This World", de sua autoria, do último CD, Monster. Foi a faixa de que mais gostei na primeira escutada. Ele fez um rock ganchudo e básico, com leve inspiração nos temas preferidos de seu antecessor Ace Frehley (como Ace em "Rocket Ride", Tommy fala em foguete com duplo sentido, mantendo a tradição do personagem "Spaceman" da maquiagem).



Paul Stanley conclamando a plateia a cantar junto na introdução de "Black Diamond".
A bateria de Eric Singer levitando.
"Joga uma baqueta para aquele cara ali!" Eric Singer, Gene Simmons, Paul Stanley e Tommy Thayer.

No final, papel branco picado. Outra diferença: em 1999 a chuva foi de confete (retalhos coloridos).

Um recado no telão depois do final. Abaixo, seguem os dois vídeos: A abertura do show, com o grito de guerra tradicional. Trecho de "Shout it Out Loud".

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