sábado, dezembro 15, 2012

O Estádio Olímpico

O show da Madonna, no último domingo, foi a terceira vez que compareci ao Estádio Olímpico. Não estou considerando duas ocasiões envolvendo somente dependências internas da construção, no caso, o velório de um primo e um churrasco organizado por um professor de minha ex-esposa. As três vezes que contam, para mim, foram aquelas em que as atenções estavam voltadas para dentro do campo. Na primeira vez, acreditem, fui a um jogo do Grêmio com meu pai. Daquela tarde, só tenho duas lembranças: o segurança revistando cada um que passava pelo portão (meu pai me explicou que era para ver se não tinha arma) e um sujeito na geral lendo a revista abaixo antes de o jogo começar:


Eu tinha seis anos e, embora já soubesse ler, fazia pouco tempo que havia começado a me interessar por revistas de "super-heróis". O Batman da televisão foi a influência. O fato de essa capa mostrar imagens bem comuns de Batman e Robin em vez de uma cena do enredo, como era o usual, me fez enxergar esse gibi como algo especial. Eu queria tê-lo de qualquer maneira. Algum tempo depois, meu irmão João Carlos (Cau) deu uma saída comigo especialmente para comprar revistas. E achei esse exemplar. O Cau não me acompanhava muito, aliás, praticamente nunca nessa época. Minha irmã é que me carregava de um lado para outro. Mas dessa vez ele resolveu dar uma atenção para o irmãozinho.
Hoje, com a Internet, é possível descobrir rapidamente qualquer informação tendo algum ponto de partida. Vai daí que a revista acima tem data de junho de 1967. Então, qual teria sido o jogo a que meu pai me levou? Está difícil encontrar um site que informe todos os jogos do Grêmio incluindo o estádio (ou no, mínimo, se foi em casa ou fora). Vou arriscar um palpite de que pode ter sido Grêmio e Aimoré no dia 9 de julho, um domingo. Pelo menos, o nome "Aimoré" como time de futebol é uma lembrança bem antiga em minha memória, vindo de antes de meu tempo de fanático pelo Inter, que começou a partir da copa de 1970. Mesmo sendo colorado, acompanhei meu pai nessa saída.
A segunda ida ao Olímpico foi em 2002 para o show de Roger Waters. Fui com credencial de jornalista, cobrindo para o International Magazine. Nem pensem em me perguntar pelas fotos: ficaram péssimas! Minha pobre Zenit, que havia se saído razoavelmente bem no show do Kiss em 1999, não correspondeu dessa vez. Em certo momento fomos levados ao camarote VIP, mas não gostei. A única vantagem foi poder usar um banheiro do próprio estádio e não as cabines químicas que haviam sido instaladas no gramado. De resto, o local era afastado demais do palco e alguns estavam apenas "fazendo social", sem prestar muita atenção no show. Voltei correndo para o meio da massa, na pista, pois era ali que o evento estava realmente acontecendo.
Olhando ao redor antes de o show da Madonna começar, fiquei pensando se era realmente necessário descartar aquele local. Se essa Copa no Brasil não deixou a todos nós com uma desnecessária mania de grandeza. O Olímpico já teve uma reforma, a qual foi apresentada à torcida como um "estádio novo", o Olímpico Monumental. Inclusive, no começo dos anos 80, uma tarefa de gincana pedia um ingresso do primeiro jogo do estádio do Grêmio. Valia o ano de 1980. Já em 2004, aparentemente a data de inauguração original tinha sido restabelecida, pois só o que o clube conseguiu comemorar naquele ano foi os 50 anos do Olímpico. Espero que o Inter resista à tentação de fazer o mesmo com o "novo" Beira-Rio e continue considerando-o como o velho "Gigante" que foi inaugurado em 1969.

Enfim, adeus Olímpico. Porto Alegre perde um de seus pontos de referência. 

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