sábado, dezembro 22, 2012

Tá chegando a hora

Eu ainda lembro do meu aniversário de 14 anos, em dezembro de 1974. Aquele foi um dos anos mais marcantes da minha vida. Viagem aos Estados Unidos (a primeira, embora eu não pudesse saber com certeza se haveria outras), namorada, reuniões dançantes praticamente todos os fins de semana, amigos, turmas e a abertura do meu gosto musical para outros estilos. Foi meu primeiro ano "cheio" como fã de David Bowie (foi também o aniversário de um ano do meu interesse pelo trabalho dele) e Pink Floyd.

Mas, acima de tudo, eu achava que já tinha vivido muito. E até hoje me reservo o direito de manter essa impressão. Afinal, quantas coisas já haviam acontecido desde o meu nascimento? Uma de minhas lembranças mais antigas foi ter aprendido a ler, com incentivo de minha mãe. Em 1966 eu tive o meu primeiro Jardim de Infância. Entrei no segundo semestre, mesmo assim pareceu uma eternidade. Em 1967, fui para o Anexo ao Instituto de Educação. Fiquei até a metade de 1970. Depois, ingressei no Paula Soares. Como acontecia com a maioria dos alunos daquela escola, passei automaticamente para o Pio XII na 6ª série, funcionando no mesmo prédio, porém à tarde. Em 1974 eu havia cursado a 7ª série. E cada um desses anos letivos resultou em diversos acontecimentos que ficaram na lembrança. Sim, eu já tinha vivido bastante. Tinha muita história pra contar. Se alguém queria ouvir era outro problema, mas eu poderia relatar tudo, se me fosse dada a chance.

Por que estou lembrando disso? Porque 14 anos foi também o tempo em que fiquei morando aqui neste apartamento alugado. Só que, desta vez, não parece que foi tanto assim. Pelo contrário: a sensação é típica de filme de ficção científica, em que o sujeito vive anos com a impressão de que transcorreram apenas algumas horas. Um dia desses até me dediquei a puxar da memória e anotar tudo o que aconteceu comigo ano a ano, para tentar reconstituir uma imagem real do que se passou. São notas pessoais que não caberiam transcrever aqui, mas basicamente repassei meus locais de trabalho, meus namoros, para onde fui nas férias, minhas atividades paralelas (por exemplo, o International Magazine parou de circular em 2009, então ali se encerraram meus frilas para aquele jornal), a localização do computador e até a criação deste Blog, que ajudou a relembrar o que ocorreu em alguns períodos.

Esta é talvez a foto mais antiga de que disponho em que apartamento aparece por dentro. Foi tirada em 2002 com uma máquina convencional emprestada. As digitais já existiam, mas eram luxo de poucos. O Iuri tinha 8 anos. Vim para cá em 1998. Nunca tinha ouvido falar na rua em que moro, mas fiquei surpreso com a boa localização. O preço do aluguel era razoável, também. No começo, o apartamento estava tão vazio que chegava a ser deprimente. Hoje, vejam só, está superlotado. Tirei algumas fotos dos "amontoados" para arquivo pessoal, mas duvido que um dia tenha coragem de publicá-las. Em novembro de 2006, como comentei aqui, comprei minha primeira máquina digital, uma Sony pequena que ainda tenho. E a partir daí os registros de imagens do apartamento passaram a ser frequentes. Hoje possuo também uma Canon semiprofissional (presente de minha irmã no meu aniversário de 50 anos) e uma Nikon compacta, mas com excelentes recursos.

Já estou com a chave do apartamento novo. Não sei dizer a data exata em que conseguirei fazer a mudança, mas não será em 2012, infelizmente. Minha projeção é para janeiro de 2013. Mas os preparativos já começaram oficialmente. Já tirei medidas da sala e tracei um primeiro esboço da estante que pretendo mandar fazer. A perspectiva de ir para um local maior onde poderei me instalar com mais conforto é entusiasmante, mas não posso dizer o mesmo da mudança em si. Olho ao meu redor e me pergunto quanto tempo levarei para concluir a "operação desmonte". De forma alguma eu contrataria uma transportadora sem antes organizar tudo em caixas para levar. Mas, se eu pensar nos benefícios que esse esforço me trará, terei ânimo para a empreitada. 

O fato é que 2012 foi um ano de zerar pendências, encerrar um ciclo e plantar para o futuro. Espero que 2013 seja um ano de colher, marcando o começo de uma nova e mais feliz fase da minha vida. Tive bons momentos aqui, sem dúvida. Mas também passei por situações complicadas. Foi uma vivência "provisória" que acabou se estendendo além do necessário. Mas estou com 52 anos, ainda dá tempo de fazer muitas coisas legais na nova morada. Se a mudança atrasar, paciência. O importante é que meu futuro já tem um endereço.

Feliz Natal a todos os visitantes do Blog!