segunda-feira, julho 11, 2016

IMAX, Monkees e Prince

Sempre gostei de sentar mais ou menos na frente em cinemas, para realmente "entrar" no filme. Mas sei de pelo menos uma pessoa que prefere ficar bem atrás. Esse meu amigo não iria curtir muito um cinema padrão IMAX. Ontem, finalmente, conheci esse sistema, no Bourbon Shopping Wallig. Era um pouco diferente do que eu imaginava. A tela é enorme, ocupando quase todo o ângulo de visão do espectador, mas não pensei que fosse na mesma proporção retangular das demais salas. Talvez nos Estados Unidos seja diferente, em especial para filmes produzidos especificamente para o formato. E, para quem precisa ler as legendas, pode ser um tanto incômodo ter que estar sempre baixando a cabeça. Para mim, foi uma ótima experiência, plenamente aprovada. Mas ainda espero assistir a uma produção própria para esse recurso. No caso, vi o desenho de computação gráfica "A Era do Gelo - Big Bang", em 3D.
Good Times! é o terceiro CD, digamos, extemporâneo dos Monkees. Ou seja, um álbum de inéditas lançado depois que eles encerraram suas atividades televisivas nos anos 60, em uma das muitas voltas do grupo. O primeiro, Pool it, saiu em 1987. Sem Michael Nesmith, que preferiu continuar se dedicando a sua bem sucedida carreira solo, Micky Dolenz, Davy Jones e Peter Tork gravaram um conjunto de canções ingênuas e divertidas. O segundo, Justus, de 1996, trouxe o quarteto completo tocando todos os instrumentos, algo raríssimo para um disco dos Monkees. O resultado foi interessante, mas nada excepcional. Pois desta vez eles acertaram. Juntaram bons compositores e músicos para tentar recriar a magia dos velhos tempos. Tem até uma faixa inédita cantada por Davy Jones, falecido em 2012. Michael Nesmith participou do CD, mas não estará presente nos shows (pelo menos não em todos). Destaque para a linda balada "Me and Magdalena", que Micky Dolenz e Michael Nesmith cantam a duas vozes. Lembrou-me o estilo do grupo sessentista Left Banke.
Terminei de ouvir o audiobook com a biografia de Prince, escrita por Ronin Ro com narração de Mirron Willis. Um dado que achei interessante é que o músico queria lançar um álbum por ano no mínimo e a Warner não permitia. Nesse aspecto, ele surgiu na época errada. Nos anos 60 e boa parte dos 70, era normal os artistas lançarem até dois LPs por ano, como por muito tempo fizeram David Bowie e Elton John. Nunca esqueci a repercussão quando o Pink Floyd levou dois anos para lançar o disco seguinte a Dark Side of the Moon - no caso, Wish You Were Here - depois mais dois anos até chegar em Animals. Já na década de 80, em que Michael Jackson, Kraftwerk e outros ficavam anos a fio promovendo um mesmo trabalho, Prince sentiu-se tolhido. O livro foi escrito antes da morte do cantor e termina numa nota otimista, com uma citação de que ele estaria em "modo de celebração".